Por Verônica Da Silva Cardoso
Bolsista do programa Nacional de Pós Doutorado – PNPD
Atualmente o Brasil tem uma exportação de 580 mil barris por dia e estima-se que para 2020, a Petrobras estará produzindo no Brasil 4,9 milhões de barris por dia. Fica evidente o papel de destaque que o Brasil desempenha de forma progressiva na geopolítica e na economia do petróleo mundial. Paralelamente, outros questionamentos decorrentes da indústria petroleira, vêm à tona, como os vazamentos de petróleo causados pela biocorrosão. Além do componente ambiental, as companhias de petróleo podem ter grandes prejuízos financeiros causados pela biocorrosão.
A biocorrosão causada por micro-organismos é uma das principais responsáveis por estes vazamentos, e tem sido o foco de pesquisas pelo setor visando solucionar e controlar este problema na produção, na estocagem e no transporte de gás e petróleo. A biocorrosão está se tornando mais frequente, sendo considerada um fator de risco nestas operações industriais. A corrosão microbiana em tubulações depende da manutenção, tipo de material que passa pelas tubulações (água ou outros materiais), temperatura, pH, luminosidade, concentração de carbono e nitrogênio orgânico total. As estruturas metálicas em contato com o solo também sofrem biocorrosão. A participação de micro-organismos aeróbios e anaeróbios, que podem crescer de forma individual e em biofilmes com seus produtos metabólicos, são os principais agentes e fatores envolvidos no processo de biocorrosão.
Os micro-organismos que crescem sobre as superfícies secretam substâncias químicas que corroem os materiais. Basicamente existem três tipos de biocorrosão: i. Biocorrosão do tipo I causada por micro- organismos eletrogenicos (que utilizam H2 como um transportador de életrons); ii. Biocorrosão do tipo II causada por micro-organismos fermentativos, que secretam metabólitos corrosivos e iii. Biocorrosão do tipo III que pode ser causada por uma substância orgânica extracelular microbiana. Os micro-organismos que estão diretamente relacionados à biocorrosão do tipo I II e III são as ferrobactérias, as sulfatorredutoras (Sulfate-reducing bacteria, SRB) e as sulfobactérias, além de outros micro-organismos como, por exemplo, fungos e algas.
O efeito sinertico observado nos micro-organismos que compoem o biofilme e os mecanimsmos da biocorrosão ainda não estão totalmente esclarecidos, sendo discutidos por diversos pesquisadores. Apesar de centenas de micro-organismos relacionados à biocorrosão terem sido descritos na literatura, são ainda necessárias pesquisas sistemáticas e rigorosas para se entender os complexos mecanismos da biocorrosão em sua totalidade. Muitas discussões permanecem em aberto. Devido a base multidisciplinar deste processo, hoje estao sendo incentivadas áreas de pesquisa como a Microbiologia, Bio-eletroquímica e a Engenharia quimica para atividades de P&D dentro do importante tema da biocorrosão.
– Gu, T. New Understandings of Biocorrosion Mechanisms and their Classifications Gu, J Microbial Biochem Technol., 2012, 4:4.
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–http://www.macaeoffshore.com.br/revista/internas.asp?acao=noticia1&edicao=12 acessado em 14/08/201.
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