Instituto de Microbiologia Paulo de Góes

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INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES

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16/04/2015

Nobel de Medicina para Imunologistas

Por Maria Bellio

O prêmio Nobel de medicina deste ano foi dividido entre três imunologistas: o canadense Ralph Steinman, o americano Bruce A. Beutler e luxemburguês Jules A. Hoffmann.

O primeiro deles, que infelizmente morreu três dias antes do prêmio ser anunciado, foi agraciado por suas descobertas sobre as células dendríticas e seu papel na imunidade adaptativa, enquanto que os outros dois receberam o prêmio por suas descobertas sobre a ativação da imunidade inata. De fato, a resposta imunitária pode ser dividida em dois tipos de resposta: a resposta inata, primeira a entrar em ação quando da invasão do organismo por um patógeno, e a resposta adaptativa, mais tardia, porém provida de memória. Graças à existência da resposta adaptativa, ficamos imunes a doenças infecciosas que já nos acometeram, e é este tipo de resposta que permite que as vacinas nos protejam. A resposta adaptativa, no entanto, depende da ativação prévia da resposta inata para acontecer e estes dois tipos de resposta são interdependentes em vários aspectos.

Ralph Steinman, professor da The Rockefeller University (Nova Iorque – EUA), identificou um tipo celular denominado células dendríticas (DCs) e caracterizou o papel destas células na resposta imunitária: as DCs apresentam antígenos aos linfócitos T e os ativam. Uma aplicação recente de suas descobertas é a utilização das DCs em vacinas antitumorais. O princípio dessas vacinas, em sua grande maioria ainda experimentais, é o de induzir a maturação in vitro das DCs do paciente e carregá-las de antígenos derivados das células tumorais. Ao serem devolvidas ao mesmo paciente do qual foram isoladas, estas DCs irão ativar maciçamente os linfócitos T específicos contra os antígenos tumorais. Esses linfócitos T, por sua vez, orquestrarão a eliminação do tumor por mecanismos ainda não de todo esclarecidos (veja esquema).

Já Bruce A. Beutler e Jules A. Hoffmann, trabalhando nos EUA e na França respectivamente, fizeram importantes descobertas sobre os receptores Toll da imunidade inata. A equipe de cientistas liderada pelo professor Hoffmann demonstrou em 1996 a importância destes receptores na imunidade da mosca da fruta (Drosophila) contra infecções fúngicas. Este estudo abriu novas perspectivas no estudo da imunidade inata, a qual ganhou impulso com a subseqüente descoberta da existência de vários receptores deste tipo (Toll-like) em mamíferos, feita por outros grupos de pesquisadores, incluindo o do professor Beutler.

Alguns laboratórios do departamento de Imunologia do IMPG possuem linhas de pesquisas que envolvem o estudo do funcionamento das células dendríticas e dos receptores Toll-like, em diferentes modelos experimentais.

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