Título: Structural and functional shifts of soil prokaryotic community due to Eucalyptus plantation and rotation phase – DOI
Revista: Scientific Reports
Autores: Douglas Alfradique Monteiro1, Eduardo da Silva Fonseca1, Renato de Aragão Ribeiro Rodrigues2 3, Jacqueline Jesus Nogueira da Silva3, Elderson Pereira da Silva4, Fabiano de Carvalho Balieiro2, Bruno José Rodrigues Alves4, Caio Tavora Coelho da Costa Rachid1
1LABEM – Laboratory of Biotechnology and Microbial Ecology, Institute of Microbiology Paulo de Góes, Department of General Microbiology, Federal University of Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.
2Embrapa Soils, Rio de Janeiro, Brazil.
3UFF – Fluminense Federal University, Rio de Janeiro, Brazil.
4Embrapa Agrobiology, Seropédica, Brazil.
O efeito estufa é um fenômeno natural, onde parte do calor gerado pela radiação solar permanece retido na atmosfera do planeta. No entanto, os gases emitidos pelas atividades antropogênicas (aquelas de origem humana) como o metano (CH4), o óxido nítrico (N2O) e o dióxido de carbono (CO2) agravam esse fenômeno, acarretando mudanças climáticas severas além de gerar grandes impactos ecológicos. Dentre os diversos emissores desses gases do efeito estufa (GEE), os diferentes tipos de manejo do solo (como a agricultura, silvicultura e desmatamento) ficam em segundo lugar nesse ranking.
No solo, esses gases são derivados da intensa atividade microbiana, principalmente por parte de procariotos como Arqueas e bactérias. É entendendo melhor a correlação entre quais são os principais grupos microbianos e os fatores ambientais relacionados às emissões de GEE que podemos desenvolver indicadores para esses processos além de possibilitar o desenvolvimento de ações para controle. Pensando nessa importante questão, o Professor Caio Rachid, do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, e seu grupo de pesquisa, resolveram acompanhar por cerca de 9 meses a dinâmica populacional microbiana, os fluxos de GEE e os níveis de nitrogênio (N) inorgânico em três condições diferentes: em uma área com mata nativa; em área reflorestada com mudas de eucaliptos (gênero Eucalyptus) de apenas 1 mês; e em uma floresta de eucalipto totalmente desenvolvida, com árvores de 6 anos.
Os pesquisadores escolheram trabalhar com esse gênero pois atualmente ele representa cerca de 73% das áreas reflorestadas no Brasil. Utilizando técnicas moleculares, os pesquisadores observaram que quase não houve diferença no fluxo de GEE entre as áreas observadas no estudo, provavelmente devido às características dos solos que eram semelhantes. A maior variação foi de acordo com o período do ano em que as amostras foram coletadas, onde a intensidade das chuvas pode ter influenciado a atividade microbiana.
Em relação aos níveis de N inorgânico, houve variações tanto entre as áreas analisadas quanto em relação ao período da coleta. As áreas de eucalipto apresentaram comunidades ricas e diversificadas, com predileção por certos grupos microbianos. Dentre esses grupos, os pesquisadores observaram vários genes modulados, onde os níveis de N inorgânico foram responsáveis por muitas dessas mudanças. Para finalizar, os pesquisadores concluem o estudo relatando que não foram encontradas correlações entre grupos microbianos ou genes específicos e o fluxo de GEE, sugerindo que não há ligação entre essas variáveis.
O trabalho desenvolvido pelo aluno de Doutorado em Ciências (Microbiologia) do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia do IMPG, Douglas Alfradique Monteiro, junto aos demais integrantes do grupo de pesquisa coordenado pelo prof Caio Rachid foi selecionado entre os finalistas para concorrer ao prêmio Jovem Pesquisador da Promega.
Autor da nota: Dr Leandro Stefano Sangenito, pós-doutorando no IMPG.
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