Por Alexandre Soares Rosado
Pesquisadores do Instituto de Microbiologia, coordenados pelos professores Alexandre Rosado e Raquel Peixoto, realizam uma pesquisa sobre micro-organismos da Antártica, com o auxílio do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
As amostras foram isoladas de plantas vasculares (plantas com tecidos especializados para o transporte de água e seiva) e outros ambientes típicos da região.
Devido ao clima único, a Antártica possui ecossistemas terrestres e marinhos com micro-organismos que possuem características especiais como resistência a baixas temperaturas (psicrófilos). Outra propriedade já descrita é a alta resistência a radiações. Uma espécie de Deinococcus sp. isolada da Antártica pode suportar 5.000 vezes mais radiação do que qualquer outro micróbio conhecido. Com o auxilio da técnica de pirosequenciamento, milhares de sequências de DNA foram analisadas e muitas novas espécies descobertas, demonstrando a grande diversidade microbiana da Antártica. Parte desses resultados foi publicado na revista ISME Journal, que faz parte do grupo de publicações da Nature. Essa pesquisa comprova o grande potencial dessas amostras para estudos biotecnológicos. Micro-organismos psicrófilos têm grande aplicação em vários setores industriais como na produção de biosensores, enzimas, processos de biorremediação e na indústria de alimentos. Por produzirem substâncias bioestabilizadoras, podem ser utilizados na indústria de cosméticos e são fonte para pesquisa de novos antibióticos.
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