Instituto de Microbiologia Paulo de Góes

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INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES

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08/07/2020

O risco real de transmissão da COVID pelo ar

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Fonte: G1 – Portal de Notícias O Globo | Lais Modelli

Um documento assinado por 239 cientistas, (carta aberta), dentre eles um brasileiro, chega à Organização Mundial de Saúde (OMS) com o pedido de reconhecimento do potencial de transmissão da COVID-19 pelo ar.  O alerta do grupo é um apelo para que a OMS atualize as medidas de proteção contra o vírus.

Segundo o documento, “existe um potencial significativo de exposição por inalação ao vírus em gotículas respiratórias microscópicas (micropartículas) a distâncias curtas a médias (até vários metros), e estamos defendendo o uso de medidas preventivas para mitigar essa via de transmissão aérea”.

O único cientista brasileiro a assinar o documento foi o infectologista Paulo Saldiva do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP. Para ele os estudos provam que o distanciamento de um a dois metros entre as pessoas não é suficiente, principalmente em locais fechados sem um sistema de renovação de ar. Sladiva acrescenta:

“Vimos que o coronavírus permanece muito mais tempo no ar e viaja a uma distância maior do que dois metros em determinados ambientes”.

De modo diferente das demais doenças infectuosas como a tuberculose, que apresenta partículas maiores e por isso mais difíceis de serem carregadas pelo ar, no caso da covid-19, as partículas são menores, se propagando pelo ar com mais facilidade.

O documento chama a atenção para as pequenas gotículas que permanecem no ar e que podem se espalhar em ambientes fechados, podendo ser inaladas até 3 horas depois.

No entanto a OMS defende a posição de que o vírus se espalha principalmente por gotículas respiratórias maiores, as que caem ao chão com maior facilidade, não ficando muito tempo no ar,  mas que está avaliando o conteúdo do documento.

O Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC) e institutos de pesquisa em saúde da Alemanha e Reino Unido já reconhecem essa possibilidade.

Principais pontos do documento:

  • Coronavírus pode se acumular no ar em locais fechados;
  • Tempo de permanência do coronavírus no ar em locais fechados pode ser de até 3 horas;
  • Transmissão pelo ar ajuda a explicar os super-espalhadores;

Recomendações do documento: (carta aberta)

  • Ventilação em ambientes fechados – ar limpo e filtrado;
  • Controle de infecção aérea em locais fechados – com filtragem do ar de alta eficiência e luzes ultravioletas germicidas;
  • Evitar superlotação em meios de transportes e edifícios públicos;
  • Quando não for possível uma ventilação mecânica o ambiente deve manter portas e janelas aberta para garantir a circulação do ar.

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