Fonte: G1 – Portal de Notícias O Globo | Lais Modelli
Um documento assinado por 239 cientistas, (carta aberta), dentre eles um brasileiro, chega à Organização Mundial de Saúde (OMS) com o pedido de reconhecimento do potencial de transmissão da COVID-19 pelo ar. O alerta do grupo é um apelo para que a OMS atualize as medidas de proteção contra o vírus.
Segundo o documento, “existe um potencial significativo de exposição por inalação ao vírus em gotículas respiratórias microscópicas (micropartículas) a distâncias curtas a médias (até vários metros), e estamos defendendo o uso de medidas preventivas para mitigar essa via de transmissão aérea”.
O único cientista brasileiro a assinar o documento foi o infectologista Paulo Saldiva do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP. Para ele os estudos provam que o distanciamento de um a dois metros entre as pessoas não é suficiente, principalmente em locais fechados sem um sistema de renovação de ar. Sladiva acrescenta:
“Vimos que o coronavírus permanece muito mais tempo no ar e viaja a uma distância maior do que dois metros em determinados ambientes”.
De modo diferente das demais doenças infectuosas como a tuberculose, que apresenta partículas maiores e por isso mais difíceis de serem carregadas pelo ar, no caso da covid-19, as partículas são menores, se propagando pelo ar com mais facilidade.
O documento chama a atenção para as pequenas gotículas que permanecem no ar e que podem se espalhar em ambientes fechados, podendo ser inaladas até 3 horas depois.
No entanto a OMS defende a posição de que o vírus se espalha principalmente por gotículas respiratórias maiores, as que caem ao chão com maior facilidade, não ficando muito tempo no ar, mas que está avaliando o conteúdo do documento.
O Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC) e institutos de pesquisa em saúde da Alemanha e Reino Unido já reconhecem essa possibilidade.
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